domingo, 16 de setembro de 2012

EXTRA! EXTRA!!! O CASO MEDONHO VOLTA AOS HOLOFOTES



Os investigadores que têm acompanhado esse alarmante caso estão aviltados. Revirando as páginas policiais dos periódicos que estão a correr pela comarca desde os últimos alvoreceres, encontraram as seguintes manchetes:
 
Surpreendente crime contra Machado de Assis volta aos palcos

O Coletivo Parla Palco convida o público de Belém a tentar desvendar outra vez um intrigante mistério. De 20 a 23 de setembro, no Sesc Boulevard, sempre às 21h, com entrada franca, volta ao cartaz o espetáculo teatral “O Assassinato de Machado de Assis”, de Carlos Correia Santos, obra que traz no elenco Gustavo Saraiva, Márcio Mourão e Tiago de Pinho, com participação especial do radialista Cleiton César. A peça tem direção de Lú Maués, operação de sonoplastia de Nelson Borges e luz de Wallace Horst. A temporada conta com o apoio do Sesc Pará, Espaço Atores em Cena, Revista Pará Mais e do professor Geovane Belo. A assessoria e produção de conteúdos é da Parla Página.

O caso que sobe ao palco é bastante espantoso. Ao receber a honraria de se tornar o primeiro imortal das Letras Brasileiras, Machado de Assis ganhou o direito de mergulhar em sua própria obra. Assim, passou a conviver com seus complexos e realísticos personagens. Não sabia o grande risco que estava correndo. Uma de suas criações, com ciúme do sucesso maior de outras, decidiu cravar um punhal em suas costas durante uma visita que o pobre autor fazia ao túmulo de Brás Cubas. Essa é a história que um detetive chamado Queiroz ouve quando decide investigar o que parece absurdo: o assassinato do mestre maior da Literatura Nacional. Sua contratante? Ninguém menos que a célebre Capitu. Ela afirma que teria sido a grande pivô de tamanha atrocidade. Os suspeitos? A inconformada Helena, que foi titular de um romance, mas nunca fez tanto sucesso quanto Capitu. O excêntrico Simão Bacamarte, do conto O Alienista. Não seria ele um grande louco? E por que não suspeitar também de Brás Cubas, sempre tão cáustico? Mas Capitu pode estar mentindo. Afinal, todos sabem que ela tem aquele olhar de cigana obliqua e dissimulada.

“O enredo parece tenebroso, abusado, tenso, mas é tudo mera pista falsa. Trata-se de uma comédia. Humor sinistro, sem dúvida, mas a idéia é fazer o publico rir nervosamente ao perceber como temos matado o melhor dos nossos grandes mestres”, revela Carlos Correia, que afirma estar satisfeito com a encenação criada para seu texto. “Noventa por cento da equipe desse projeto é de novos talentos da cena teatral local. Já tive a oportunidade de trabalhar com nomes consagrados do nosso teatro, mas também é meu interesse participar do fomento de novos talentos”.

OUTRAS PRAÇAS E LIVRO

A primeira temporada do espetáculo aconteceu em 2011. Para essa retomada, a equipe reaqueceu as turbinas de modo especial. Uma apresentação especial da peça foi realizada em Castanhal. Na plateia, professores e alunos secundaristas. A receptividade foi grande. Os espectadores da cidade modelo já pediram para que o projeto retorne ao município o mais breve. Também presentes na plateia castanhalense, o professor Doutor Joel Cardoso e o Secretário Municipal de Educação elogiaram o trabalho. “A peça é uma provocação. Pondo sob as luzes dos refletores algumas personagens do mestre de Cosme Velho, Carlos Correia, na realidade, brinca com a nossa capacidade de leitura. Provocante, instigadora, divertida, a comédia, flertando com situações atualíssimas, brinca com a plateia”, afirma Joel.

O espetáculo também chamou a atenção de um grupo teatral paulista e deve ser montado em breve no sudeste. A dramaturgia de Correia conquistou ainda outra vitória. Foi publicada em livro pela Giostri Editora, de São Paulo. uma provocação. Pondo sob as luzes dos refletores algumas personagens do mestre de Cosme Velho, o autor da peça, na realidade, brinca com a nossa capacidade de leitura, mostrando que nós, leitores, promovemos diuturnamente a morte do autor ao abdicarmos da nossa capacidade de leitura, ao condená-lo ao anonimato. Provocante, instigadora, divertida, a comédia, flertando com situações atualíssimas, brinca com a platei

AS PISTAS

Como toda boa investigação pede o acesso a provas e indícios, a equipe do espetáculo apostou numa estratégia que tem rendido bons frutos. As mídias sociais são usadas como ferramentas para criar expectativa em torno do trabalho. Um blog está no ar (http://oassassinatodemachadodeassis.blogspot.com). Nele, os próprios personagens de Machado fazem as postagens. Sarcásticos, eles emitem opiniões sobre o crime e trocam farpas, acusações. Um Twitter também foi criado (@assassinmachado). O microblog é alimentado pelo assassino ou assassina que, valendo-se do anonimato da internet, faz chacotas e dá pistas (falsas ou verdadeiras) sobre o chocante delito. No Youtube, vídeos servem de teasers para o espetáculo. E o Facebook funciona como canal que congrega todas essas mídias.

“Estamos usando a tecnologia de hoje para manter viva a força de um mestre atemporal. E está funcionando belamente. Muita gente está dando os palpites mais engraçados e curiosos. Até um bolão já foi aberto para ver se alguém acerta quem é, afinal, responsável pelo assassinato de Machado de Assis”, diverte-se Correia.

O COLETIVO

“O Assassinato de Machado de Assis” é a terceira montagem do Parla Palco. Criado por Correia em 2008, o Coletivo é uma reunião informal de profissionais de teatro interessados em investigar e exercitar as possibilidades e a magia da palavra como ferramenta primeira do fazer teatral. Todas as montagens têm como premissa encenações estruturadas a partir de obras em que a poesia do texto é o foco principal. A primeira montagem foi o espetáculo “Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo”, baseado na vida e obra do poeta paraense Antônio Tavernard. A produção venceu o Prêmio Cláudio Barradas de Fomento ao Teatro, em 2009.

 O segundo trabalho do Coletivo foi o mini-espetáculo “Ismael em Três Traços”, obra que integra o projeto Figuras Entrelaçadas, criado por Carlos para pesquisar as possibilidades dramatúrgicas em torno das obras de Ismael Nery, Adalgisa Nery e Murilo Mendes. “Ismael em Três Traços” foi selecionado para integrar, em 2010, a programação do Festival Breves Cenas de Teatro, realizado em Manaus, no Teatro Amazonas. Com “O Assassinato de Machado de Assis”, o Parla Palco investiga a secular e histórica palavra do fundador da Academia Brasileira de Letras para levar ao palco uma comédia noir e provocativa.

O MESTRE E SUA OBRA

Joaquim Maria Machado de Assis é considerado o maior nome da literatura nacional. Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário. Nascido no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, em uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade. Em sua maturidade, reunido a amigos, entre os quais dois paraenses (José Veríssimo e Inglês de Sousa), fundou e foi o primeiro presidente unânime da Academia Brasileira de Letras, tornando-se o primeiro imortal brasileiro.

Sua extensa obra constitui-se de nove romances e peças teatrais, duzentos contos (com destaque para O Alienista, protagonizado por Simão Bacamarte), cinco coletâneas de poemas e sonetos e mais de 600 crônicas. O romance “Helena” marca sua fase romântica, mas Machado é apontado como o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Personagem do igualmente célebre “Dom Casmurro”, Capitu é uma de suas mais provocativas concepções.

Serviço: “O Assassinato de Machado de Assis”. De 20 a 23 de setembro. Sesc Boulevard. Sempre às 21h. Entrada franca.

FICHA TÉCNICA

Coletivo Parla Palco apresenta

O ASSASSINATO DE MACHADO DE ASSIS

Uma obra de Carlos Correia Santos

Direção: Lú Maués

Com: Gustavo Saraiva, Márcio Mourão e Tiago de Pinho

Participação Especial: Cleiton César

Operação de Sonoplastia e visagismo – Nelson Borges

Montagem de sonoplastia – Luiz Fernando Vaz

Iluminação – Wallace Horst

Fotografia - Diego Formiga, Pedro Ferreira e Iara Correia Santos

Produção Executiva - Carlos Correia Santos

Conteúdos e Assessoria de Imprensa - Parla Página

 

segunda-feira, 18 de abril de 2011




A gente volta, viu?

kkkkkkkkk (risada diabólico-sinistra)

Assinado...

HELENA, SIMÃO BACAMARTE, CAPITU, BRÁS CUBAS e DETETIVE QUEIROZ...

domingo, 17 de abril de 2011

O BATER DO MARTELO (SERÁ???...)



O mutismo pesado que pairava pela austera sala de tribunal foi quebrado pelo pigarro que o juiz Joaquim Maria proferiu como quem, já naquilo, determina uma condenação. O sinistro ruído assumiu o condão de sinal para que se pusessem todos em estado de alerta. Estremeceu o detetive Queiroz. Empertigou-se Brás Cubas, desenhando na sobrancelha direita um arqueado curioso. Puxou o ar pelas narinas um inquieto Simão Bacamarte. Nada mais conseguia a tensa Helena que lutar para controlar os soluços. Capitu, ao seu tempo, não completamente imóvel por conta do inevitável fluir da respiração, desenhou no olhar gélido todo o mistério de uma esfinge.

Pigarreou o juiz Joaquim Maria e sentenciou:

- Fica determinado, por esta Côrte de Justiça, que, após a audiência deste domingo, dia 17, cumprida rigorosamente às 20h, neste plenário do teatro Claudio Barradas, na comarca de Belém do Pará, está encerrada a primeira temporada de depoimentos do inquérito que apura esse escabroso caso alcunhado de... O ASSASSINATO DE MACHADO DE ASSIS!

O bater impiedoso do martelo atado ao punho do juiz despertou, de imediato, reações específicas. Riu com certo alívio o detetive Queiroz. Suspirou languidamente a ansiosa Helena. Alargou os ombros o insondável Brás Cubas. Estreitou as pálpebras Simão Bacamarte. Expressão alguma verteu a inabalável Capitu.

Estava, pois, tudo encerrado...

MAS ESPERE!!!!...

Acompanhado por um relâmpago que fez cintilar a silhueta de todos ali presentes, um mancebo... Um inesperado mancebo irrompeu o ambiente:

- Peço a palavra, caros senhores!...

Um grande e uníssono “oh” foi a sinfonia do instante.

Bradou o Juiz Joaquim Maria:

- O que significa isso, meu senhor?

Detendo-se rente à bancada do magistrado e virando-se para todos os demais, o recém chegado brandiu de um bolso do sobretudo um papel e tudo revelou em tom imperioso:

- Sou um causídico, senhor Juiz e caros indiciados. Um advogado...

- Tomara que não seja o advogado do Diabo... – ciciou Capitu com sua costumeira ironia...

Prosseguiu o invasor:

- Sou advogado do público, caros senhores.

E todos emitiram um novo “ohhh”

- Sim, sou advogado do público que acompanhou todo esse abusado e inquietante inquérito. E trago comigo um recurso ajuizado perante a Corte Suprema das Letras...

Todos: “Ohhhh”

- E o que determina tal recurso? Quis saber o Juiz Joaquim Maria.

Em tom solene e ladino, o advogado do público leu os termos de seu documento:

- Fica determinado que o inquérito teatral conhecido como... O ASSASSINATO DE MACHADO DE ASSIS, impetrado pelo dramaturgo Carlos Correia Santos e conduzido pelos atores Gustavo Saraiva, Márcio Mourão e Tiago de Pinho, sob a regência de Luiz Fernando Vaz e chancelas de Mega Mestre e Colégio Impacto, via Lei To Teixeira...

- Fale logo, pelo amor de Deus!... – Desesperou-se Helena

- Fica determinado que tal inquérito apenas encerra neste domingo sua primeira temporada... Em junho do corrente ano, caros senhores, agora na casa de apelações conhecida como Teatro Margarida Schivasappa... haverá novas oitivas de depoimentos...

Todos: “Ohhh”

- Teremos que aguardar até junho, então? Indagou um já suorento detetive Queiroz...

Pronunciou-se o Advogado do Público:

- Em primeira instância, sim. Essa nova rodada de oitivas de junho já está marcada e perpetrada. Mas vossas senhorias todas estão proibidas de se retirarem por completo do espaço memorialístico da platéia. Fiquem cientes de que é possível que antes de junho uma nova temporada aconteça... Afinal, estamos falando de teatro feito no Brasil... E, como todos sabem, nesse terreno pantanoso tudo pode acontecer...

Todos solfejaram:

“OHHH...”

E, mais uma vez, bateu o martelo o Juiz Joaquim Maria.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

ENTRE SOLUÇOS...


Sou romântica demais para agüentar tantas acusações eivadas de maldade realista. Calo-me entre soluços.

HELENA

UMA DESCOBERTA ESTARRECEDORA


Capitu mandando missivinhas para Brás Cubas? Estranho. Muito estranho. Ou se não, por outra, compreensível. Muito compreensível. Hão os dois de estarem fiando algo mais que mero coleguismo de páginas clássicas. Com efeito, isso mais parece intimidade de amantes. Pobre Bentinho! Passou capítulos e capítulos suspeitando do personagem errado. Seu primo nada tinha com a desdita. Capitu chorou diante do caixão de Escobar porque viu nisso uma alusão à morte de Brás Cubas!!! Estou deverás... passado, olha!.. São loucos! Todos loucos! Quem trai assim insano é. Preciso detê-los, prendê-los... Nem que seja nas coxias do Teatro Cláudio Barradas. Nesta sexta e sábado, às 21h, e no domingo, às 20h, durante as últimas oitivas de depoimentos dessa primeira temporada de... O ASSASSINATO DE MACHADO DE ASSIS! Preciso detê-los! Ou mais! Posso fazer um B.O online. Basta que eu acesse o site do Sistema Penal... Ó, não!... Por Nossa Senhora da Candelária, a bateria do meu notebook está caindo... Ó, não!... Encerro esse post por aqui...

SIMÃO BACAMARTE
Do conto O Alienista, ok?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

UMA BREVE MISSIVA DE CAPITU...



Caro douto senhor Brás Cubas, colega meu de páginas clássicas,

Escrevo-lhe esta missiva porque estou, na falta de termo melhor, passada em Cristo. Fui informada de que a invejosa Helena anda sondando dramaturgos e diretores da Rede Globo de Televisão na vã esperança de conseguir convencê-los a produzirem uma minissérie com seu nome. Sim, é isso mesmo. Ela anda implorando para que levem ao ar uma minissérie na qual seja a protagonista. Patético, pois não? Bem... conversamos mais sobre isso pessoalmente em nossos próximos encontros no Teatro Claudio Barradas, nesta sexta e sábado, às 21h, e no domingo às 20h, durante as últimas audiências públicas desta primeira temporada de... O ASSASSINATO DE MACHADO DE ASSIS.

Mui dignamente,

CAPITOLINA SANTIAGO. CAPITU.

O Assassinato de Machado de Assis - JL Agenda Cultural